Conhecendo um pouco mais sobre a utilização dos Óleos Básicos – Parte 3

Com o advento da Revolução Industrial e a prospecção do Petróleo e disponibilização dos seus derivas para o uso em larga escala, a utilização de lubrificantes nos processos produtivos e na manutenção dos veículos automotivos, passou a ser largamente empregado.

Os equipamentos industriais e as máquinas motorizadas são dependentes desse produto para o seu funcionamento adequado. Os óleos básicos minerais são as matérias-primas fundamentais para a produção da maioria dos lubrificantes atualmente produzidos, atuando na lubrificação de máquinas, motores, engrenagens, transmissão, sistemas hidráulicos, compressores, entre outros. A principal característica do óleo lubrificante é formar uma película protetora entre dois espaços, tantos móveis ou um fixo e outro móvel, com a finalidade de diminuir o atrito entre as partes, e o uso de um óleo básico mineral, também chamado de óleo de processo, na formulação deste óleo lubrificante industrial ou automotivo, é fundamental para que a propriedade de lubrificação seja alcançada.

Os óleos minerais parafínicos e os óleo minerais naftênicos também possuem larga aplicação em usos que não sejam o de gerar a lubrificação em um processo. Podemos mencionar o uso do óleo básico mineral na fabricação de produtos de borracha e pneumáticos, como fluído para pulverização agrícola, na fabricação e tintas gráficas, na produção de insumos cosméticos, farmacêuticos e alimentícios, como antiespumante para a indústria sucro-alcooleira, no isolamento elétrico como óleo isolante para transformadores, entre outras aplicações.

O óleo lubrificante mineral é produzido através da mistura de aditivos com óleos básicos minerais, que dependendo da aplicação, pode ser uma mistura com óleos minerais parafínicos ou com óleos minerais naftênicos. O óleo básico mineral, também conhecido por óleo para processo de borracha, apesar de não possuir as excelentes qualidades técnicas que são oferecidas pelos óleos básicos sintéticos, ainda constitui o maior volume utilizado na fabricação dos lubrificantes, tanto industriais como automotivos, devido à duas características: há uma maior disponibilidade do óleo para processo em termos de quantidade, tipos e viscosidades e principalmente, por este apresentar um preço mais acessível em relação às matérias-primas de base sintética ou vegetal.

Os lubrificantes de base mineral são formulados com óleos básicos minerais obtidos do fracionamento e refino do petróleo. São compostos de frações de hidrocarbonetos podendo ser classificados como óleos de base parafínica, óleos de base naftênica e óleos de base aromática de acordo com a composição química, origem do petróleo e os processos de refino.

Cabe informar que os óleos lubrificantes são produzidos para atender determinadas especificações, onde são estabelecidos os seus limites de desempenho, e isso se aplica tanto para os óleos lubrificantes industriais, mas principalmente para os óleos lubrificantes automotivos. Os lubrificantes formulados com óleos básicos minerais ou óleos sintéticos, são submetidos a vários testes de bancada, de laboratório e de campo, onde são avaliados vários parâmetros, como desgaste, formação de depósitos, resistência ao espessamento, oxidação, carbonização, entre outras análises

É importante verificar também se existe alguma restrição quanto à base do óleo lubrificante, pois alguns fabricantes de equipamentos e veículos automotivos, não recomendam o uso de lubrificantes formulados com óleos básicos minerais, exigindo o uso de um lubrificante semissintético ou sintético.

A importância do uso de um Óleo Básico Mineral de qualidade na fabricação do lubrificante

O óleo lubrificante é um produto elaborado para cumprir a função principal de reduzir o atrito e o desgaste entre partes móveis de equipamento. Outras funções importantes do lubrificante, é a de refrigerar e realizar a limpeza das partes móveis, a de realizar a transmissão de força mecânica, a de vedação, a da isolação elétrica de sistemas e até a de proteção de peças e equipamentos.

Com o avanço tecnológico e o surgimento de máquinas e equipamentos cada vez mais complexos e de alto desempenho, também ocorreu a necessidade da ampliação da variedade nos tipos de lubrificantes para o atendimento da lubrificação destes equipamentos. Apesar desta grande variedade, a enorme maioria dos óleos lubrificantes hoje disponíveis no mercado apresentam uma característica em comum: os óleos lubrificantes de base mineral são todos constituídos da mistura de óleos básicos minerais e aditivos.

Por isso, para atender à demanda de alto desempenho das máquina e equipamentos atuais, não basta apenas que o lubrificante seja bem aditivado, o óleo básico mineral que faz parte de sua composição precisa ser de elevada qualidade. No Brasil tanto os óleos lubrificantes acabados como os óleos básicos minerais devem atender as especificações técnicas estabelecidas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP.

Como já mencionado em outro blog sobre este assunto, o óleo básico mineral representa entre 80% a 95% do volume do óleo lubrificante acabado. O grande volume de óleo básico mineral disponibilizado no mercado nacional é produzido nas Refinarias da Petrobrás. Um detalhe curioso é que, apesar do aumento do volume de petróleo que é extraído pela Petrobrás, o óleo bruto obtido não é adequado para obtenção dos óleos básicos minerais utilizados na fabricação dos lubrificantes.

O petróleo obtido no pré-sal e em outros poços no interior do continente, é pesado e não gera óleos lubrificantes básicos de qualidade, fazendo com que o Brasil seja obrigado a importar um tipo de petróleo “mais leve”, ideal para a produção do óleo básico lubrificante mineral. Vale destacar que o óleo básico mineral além de ser mais barato, é mais facilmente reciclado, e devido aos programas de coletas obrigatórias implantadas pelo IBAMA com o apoio da ANP, o Brasil hoje é um dos países do mundo que mais recicla o óleo lubrificante mineral usado.

Entendendo as especificações de um Óleo Básico Mineral

Como já dissemos, o óleo lubrificante acabado é composto por um óleo lubrificante básico (mineral, sintético ou vegetal), com a adição de aditivos que melhoram ou conferem características específicas ao produto. A seguir, informamos algumas das principais características e especificações que um óleo de processo deve possuir, para poder desempenhar corretamente a sua função dentro de uma formulação de um óleo lubrificante acabado.

  • Viscosidade: representa a resistência ao escoamento do óleo básico lubrificante. Quanto mais viscoso for um óleo para processo de borracha, mais “grosso” e mais difícil será o seu escoamento. Isso significa que quanto maior for a viscosidade, maior será a capacidade do óleo parafínico mineral de se manter entre duas peças móveis. Cabe informar que não é por um óleo lubrificante básico ser mais viscoso, que necessariamente este se tornará um melhor óleo lubrificante. Há outras variáveis a serem analisadas.
  • Índice de viscosidade: é uma análise que indica a variação da viscosidade do óleo mineral parafínico ou do óleo mineral naftênico em função da variação da temperatura. A viscosidade dos óleos básicos lubrificantes diminui com o aumento da temperatura, então, quanto maior for o índice de viscosidade, indica que menor é essa variação. Isso quer dizer que um óleo básico mineral que possua um alto índice de viscosidade, consegue manter inalterada a sua viscosidade em uma ampla faixa de temperatura. O óleo parafínico possui um I.V. (índice de viscosidade) bem elevado em relação a um óleo naftênico.
  • Densidade: é o “peso” que o óleo básico mineral possui, pois indica a massa de um determinado volume do óleo parafínico ou do óleo naftênico em uma determinada temperatura. Esta propriedade é importante para identificar se houve contaminação ou deterioração de um óleo básico lubrificante, e a origem do produto. Normalmente um óleo básico naftênico possui uma densidade superior ao apresentado por um óleo básico parafínico de mesma viscosidade.
  • Ponto de névoa – É a temperatura em que um óleo de processo começa a formar cristais de parafina no resfriamento. O óleo para processo de borracha começa a apresentar aspecto turvo. Esse aspecto turvo, de névoa, quando começa a se formar define o ponto de névoa. No óleo parafínico mineral os cristais dificultam ou impedem o fluxo do lubrificante. Os óleos minerais naftênicos tornam-se mais espessos quando resfriados e não formam ou formam poucos cristais de parafina.
  • Ponto de fluidez – O óleo básico mineral é submetido a um resfriamento abaixo do ponto de névoa, levando à interrupção do fluxo do lubrificante. O óleo lubrificante básico não mais fluirá, mesmo sob a ação da gravidade. O ponto de fluidez para óleos minerais naftênicos, é determinado pelo congelamento total de todo o óleo. Aditivos depressantes do ponto de fluidez podem ser usados, mas podem ter pouca ou nenhuma ação sobre um óleo naftênico.
  • Cinzas – Óleo básico mineral novo e puro sofre uma queima completa, sem deixar resíduos. Já o óleo lubrificante básico de baixa qualidade, usado ou com aditivos, formam um resíduo fixo: cinzas simples ou cinzas oxidadas. É um ensaio simples (aquece o óleo base mineral dentro de uma cápsula) que determina a presença de aditivos ou contaminantes.
  • Acidez – Um óleo para processo puro o ph é aproximadamente neutro. Se na análise do óleo parafínico para borracha apresentar um resultado diferente, é provável que este óleo seja impuro ou tenha sido misturado com outros produtos.

Óleo Mineral Básico: que saber mais a respeito?

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